Teorias de administração e gestão preconizadas há anos pelos gurus de administração, estão sendo questionadas. A forma como eram aplicadas no passado estão perdendo sentido no mundo atual. Uma nova forma de organizar a Estrutura Organizacional das empresas, seus Processos e relação a com as Pessoas são parte de um diagnóstico empresarial que precisa ser feito já.
CLAUDIA BITTENCOURT Sócia Fundadora e Diretora Geral do Grupo BITTENCOURT, empresa de consultoria especializada em desenvolvimento, expansão e gestão de redes de franquias e negócios, com soluções voltadas para a apoiar as empresas na definição das melhores estratégias para expansão da marca, atuando desde a definição da estratégia até a estruturação e implantação dos canais de vendas e distribuição. Uma das soluções da consultoria é o Diagnóstico Empresarial, com foco em avaliar a estrutura organizacional da empresa, sua cultura, os processos, a tecnologia adotada e as pessoas, visando desenvolver um plano de ação emergencial para a implantação das mudanças necessárias para a sustentabilidade da empresa.
Os pilares de sucesso das empresas
Os autores de clássicos da administração sempre pregaram que os negócios para terem sucesso deveriam ser sustentados por três pilares: Estrutura Organizacional, Processos e Pessoas. Com o passar do tempo e com a evolução da tecnologia foi acrescentado a Processos, a Tecnologia, uma vez que os processos realizados de forma manual foram substituídos por processos informatizados, permitindo um acesso rápido, com mais qualidade e com ganho de produtividade. Os líderes segundo essas teorias deveriam estar atentos a estes pilares para fazerem uma boa gestão do negócio. Deveriam definir muito bem a estrutura organizacional da empresa, alinhada com as estratégias para o seu desenvolvimento e expansão; os processos deveriam ser mapeados e formalizados para que os colaboradores pudessem realizar suas atividades com baixa margem de erro. Os profissionais deveriam ser contratados com perfil e competências ideais para realizarem as atividades inerentes ao seu cargo, além de receberem treinamentos para que tudo fosse realizado com excelência. Desde a revolução industrial, século XIX, até a era da ascensão tecnológica, década de 80, estes conceitos foram seguidos e ainda hoje são ensinados nas escolas de administração ano após ano, de forma consistente e como o caminho para a gestão e o sucesso do negócio. Tudo se manteria assim não fosse a velocidade com que a tecnologia vem evoluindo e o impacto que tem causado na vida das pessoas, na nova geração, na forma como os consumidores passaram a adquirir produtos e serviços e, se não bastasse, criando condições para a entrada no mercado das startups, com produtos e serviços inovadores e disruptivos concorrendo, em vários casos, de forma devastadora com as empresas instaladas.A Lei de Moore
Os efeitos da Lei de Moore não devem ser ignorados, quando Gordon Moore fundou a Intel e inventou o processador, em 1965, preconizou que a capacidade de processamento dos equipamentos iria dobrar sua performance a cada dezoito meses. Os impactos dessa previsão na sociedade nunca imaginados, transformaram o mundo analógico em digital e com isso vem transformando tudo à nossa volta, dispensando aqui qualquer exemplo, pois todos vivem isso de forma presente no dia a dia, no trabalho, em casa, no bairro, na cidade, no país e no mundo.E como ficam estrutura, processos e pessoas nesse novo contexto?
É aqui que quero chamar a atenção: os pilares de sucesso são os mesmos, porém precisam de uma nova roupagem, mais contemporânea, ágil e líquida, suscetível a mudanças rápidas de um dia para o outro, para atender as demandas e as inovações que surgem a cada momento na vida das empresas e das pessoas. Falando de cada um desses pilares:- A estrutura organizacional não pode ser engessada, nem verticalizada e muito menos hierarquizada, deve ser horizontalizada e fluída, de forma a permitir uma maior interação entre as equipes. Líderes e liderados de todas as áreas devem conversar entre si, trocar experiências, construírem e buscarem soluções em conjunto e, devem ser incentivados a cada vez compartilharem suas ideias, como também opinar sobre as dos outros, sem qualquer permissão do superior e sem o risco de qualquer melindre, não cabe mais esse tipo de comportamento.
- Os processos devem ser cada vez mais simples e direto ao ponto de solução, não precisam de tantas autorizações para serem executados, são definidos e informatizados utilizando tecnologias e inteligência de dados avançadas - data analytics - para fluírem sem atrito com nenhum outro processo e de forma autônoma. Com o avanço da tecnologia cada vez mais as empresas vão precisar menos da interferência humana para otimizar, monitorar e validar qualquer processo, pois tudo será realizado com muito mais eficiência e em tempo real.
- E as pessoas? Aqui tem sido o grande desafio. Nada acontece nas empresas em relação às transformações necessárias, em qualquer área, e na velocidade que precisam acontecer, se as pessoas ainda estiverem vivendo o mundo analógico, quadrado, fechado, rígido e autoritário. Os líderes do passado não conseguirão liderar os profissionais do momento e do futuro. Ou mudam o mind set ou a empresa deve pensar em mudanças radicais quanto ao perfil de seus profissionais. Essa recomendação é válida para os sócios e fundadores das empresas que ainda estão à frente dos negócios. Ou buscam ajuda, ou vão enfrentar grandes dificuldades, para se sustentarem no mercado.
Frente a esse cenário o que as empresas devem fazer?
Nada disso é muito simples, porém é mandatório para as empresas avaliarem como estão agindo em relação a estes pilares. Com um diagnóstico profundo e com ajuda externa podem sair de uma situação de dificuldade para geração de resultados, com a implantação de uma nova cultura organizacional. É comum quem está envolvido no dia a dia da empresa não enxergar a necessidade de mudanças no curto prazo, ou porque não foram tão atingidos pelas transformações, em especial nos aspectos financeiros, ou por desconhecimento e não avaliação do impacto que a tecnologia pode causar nos negócios. O maior risco é a empresa acordar tarde demais e já ter sido devorada pela velocidade das transformações no mundo empresarial. Portanto, vale de novo o alerta, as empresas devem mergulhar em uma análise profunda da estrutura organizacional, da cultura impregnada na empresa, nos processos e nas tecnologias adotadas, nas competências, comportamento e atitude das pessoas, se tudo isso está alinhado com essa nova era, global, digital, móvel, volátil e incerta. Se não, só restará um caminho, correr, e agora contra o tempo.CLAUDIA BITTENCOURT Sócia Fundadora e Diretora Geral do Grupo BITTENCOURT, empresa de consultoria especializada em desenvolvimento, expansão e gestão de redes de franquias e negócios, com soluções voltadas para a apoiar as empresas na definição das melhores estratégias para expansão da marca, atuando desde a definição da estratégia até a estruturação e implantação dos canais de vendas e distribuição. Uma das soluções da consultoria é o Diagnóstico Empresarial, com foco em avaliar a estrutura organizacional da empresa, sua cultura, os processos, a tecnologia adotada e as pessoas, visando desenvolver um plano de ação emergencial para a implantação das mudanças necessárias para a sustentabilidade da empresa.