Setor de beleza prevê alta de 2% nas vendas deste ano

Setor de beleza prevê alta de 2% nas vendas deste ano

A diminuição na confiança do consumidor, a greve dos caminhoneiros e a lenta recuperação econômica atrapalharam os planos dos fabricantes de produtos de beleza para este ano. A meta de  aumento real de 6% das vendas foi reduzida para 2%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). As novas projeções dos fabricantes mostram desaceleração em relação ao ritmo de crescimento do ano passado. Em 2017, as vendas da indústria ao varejo, sem considerar impostos, somaram R$ 47,5 bilhões, alta real de 2,75% em relação a 2016. "Diante do cenário ruim, o consumidor compra apenas o essencial", disse João Carlos Basilio, presidente-executivo da Abihpec, que reúne grandes empresas como Johnson & Johnson, Avon, Colgate-Palmolive, Grupo Boticário, Unilever, Kimberly-Clark e Natura. "A indústria não estava preparada para uma paralisação dos caminhoneiros de 11 dias. Houve um impacto financeiro porque os depósitos ficaram desabastecidos", afirmou Basilio. "Agora, as empresas estão reforçando a estocagem nos centros de distribuição para se prevenirem em caso de uma nova greve." BelezaDevido à economia difícil e às perdas do primeiro semestre, a expectativa da associação é que o Brasil se mantenha como quarto maior mercado de beleza até 2019. Conforme dados da empresa de pesquisas e consultoria Euromonitor International, o país perdeu a terceira posição em 2015 para o Japão. O Brasil pode voltar à terceira colocação no ranking em 2021, segundo a consultoria. No ano passado, os consumidores dos Estados Unidos compraram US$ 86 bilhões em produtos de beleza, uma alta de 18,5%. Em seguida, a China obteve alta de 11,5%, a US$ 53,5 bilhões, e o Japão totalizou US$ 36 bilhões, avançando 7,8%. No quarto lugar, as vendas no Brasil somaram US$ 32 bilhões, uma alta de 6,9%. Em relação às medidas adotadas pelo governo para pôr fim à greve dos caminhoneiros, a Abihpec estuda se ingressará com ação na Justiça. A entidade, como outras, é contra a nova tabela de preços mínimos de frete estabelecida pelo governo federal. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) indica que as indústrias que operam no mercado paulista terão gasto adicional de R$ 3,3 bilhões em 2018 devido ao novo tabelamento do frete. Basílio disse que desde 2015 o setor de produtos de beleza e higiene pessoal vem sentindo o aumento da carga tributária. Ele lembra que nos últimos três anos, 23 Estados e o Distrito Federal elevaram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em centros de distribuição também prejudica, afirmou. A Abihpec alega que tributar o IPI nas distribuidoras levou a indústria a repassar custos aos consumidores, aumentando os preços. Isso ajudou a jogar as vendas para baixo em 2015 e em 2016, pela primeira vez em 20 anos, disse ele. "Ninguém saiu beneficiado com a medida, porque a arrecadação do governo também caiu", disse o presidente da entidade ao Valor. "Estamos nos organizando para propor à Receita Federal um modelo de tributação [para o IPI] que possibilite maior segurança jurídica para investir, pois temos alíquotas diferentes para canais como franquias, vendas diretas e o varejo tradicional", disse Basilio, que não detalhou a proposta. Fonte: Valor Economico

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